Diarinho hoje: Prefa contrata shows na maior boiada
Publicado no
Diarinho: 08/02/2013 - 06:00
Os quatro shows
que agitaram a festa de Nossa Senhora dos Navegantes, na city dengo-dengo, custaram mais de R$ 150 mil aos
cofres públicos e foram contratados de forma irregular. A prefeitura promoveu
os eventos antes mesmo de publicar o edital que justifica a dispensa da
licitação. Os shows aconteceram nos dias 26 e 30 de janeiro, e 1º e 2 de
fevereiro, mas os documentos só foram divulgados ontem. O correto, de acordo
com a lei, é publicar o edital, no mínimo, cinco dias antes da realização do
evento.
A 117ª edição da
festa contou com 10 shows musicais. Destes, a prefa de
Navega teve que bancar cachês salgados pra cantora de MPB Joanna (R$ 69.500),
pro padre Juarez de Castro (R$ 58 mil), pra dupla sertaneja Dani e Rafa (R$
11.500 mil) e pro gauchesco Ivonir Machado (R$ 11.300 mil). Só que, pra festa
acontecer, a secretaria de Turismo, responsável pela organização do evento, fez
tudo de trás pra frente. Contratou, pagou e só depois validou o procedimento.
Apresentações
artísticas contratadas pelo governo, em geral, são isentas de licitação. Porém,
é preciso justificar o pedido de isenção e publicar o termo de inexigibilidade
com no mínimo cinco dias de antecedência do evento. Esse termo substitui o edital
de licitação e informa, entre outras coisas, o valor do serviço contratado. Sem
a publicação do documento, é como se a prefa tivesse
comprado algo pra depois fazer a licitação, ou seja, é ilegal.
O secretário de
Turismo de Navegantes, Sérgio Schultz, garante que o município seguiu todo o
procedimento à risca, mas um atraso na contabilidade impediu que o termo fosse
publicado antes dos shows. “Estamos nos adequando ao novo sistema do Tribunal
de Contas da União. A publicação foi feita posteriormente, mas o processo
interno foi concluído bem antes”, justifica. O DIARINHO tentou esclarecer o
caso com o prefeito Roberto Carlos de Souza, mas ele estava com o celular
desligado.
Sabichão explica
O advogado
Nathan Bem-Hur Braga, especialista em administração Pública e professor da
Univali, explica que o que torna uma licitação inexigível é a impossibilidade
de competição. Se não há concorrência, pode-se contratar sem licitação.
No caso dos
cantores, ele explica que, de acordo com a lei, é necessário apresentar
documentos de que os artistas são inigualáveis. “O que se está fazendo hoje é o
seguinte: tá na moda, então é inexigível. Mas isso não é o correto.”, afirma.
O sabichão ressalta que contratar um serviço sem tornar esse
ato público é ilegal, o que pode acarretar na perda do mandato do prefeito e de
outros bagrinhos .
Cabe ao Tribunal
de Contas do Estado (TCE) investigar o caso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário