do site www;brasil247.com.br
Por que a indignação de 1,6 milhão de internautas vira um protesto com apenas 100 manifestantes? Neste domingo, mais uma vez, os protestos do Dia do Basta, contra Renan Calheiros (PMDB-AL) e também contra o ex-presidente Lula, foram relativamente frágeis. O que explica a discrepância entre o que ocorre na internet e no mundo real? Esmael Morais, um dos principais jornalistas do Paraná, oferece uma resposta e diz que o Brasil não aceita golpes contra instituições democráticasQuem oferece uma resposta para a discrepância entre as manifestações na internet e o que ocorre no mundo real, nas ruas, é o jornalista Esmael Morais, responsável por um dos principais blogs políticos do Paraná. Leia abaixo:
Por que a indignação de 1,6 milhão de internautas vira apenas 100 manifestantes?
* A maioria da sociedade rejeita golpes contra as instituições democráticas do país
Definitivamente, a velha mídia não tem força para derrubar sequer um pardal. Embora tente driblar a história para capitalizar a queda do ex-presidente Fernando Collor, em 1992, é bom ressaltar que ela só aderiu ao movimento do impeachment quando não tinha mais como segurar o povo na rua e o presidente no Palácio do Planalto. O movimento havia iniciado em setembro de 1990, em Vitória, durante congresso da União Brasileira dos Estudantes (UBES). Eu estava lá, participei de perto, portanto, posso relatar. Vinte anos depois da queda de Collor, eis que a velha mídia tenta se reinventar surfando na justa indignação de internautas. A classe média, embalada pela mídia udenista, despejou cerca de 1,6 milhão de assinaturas em abaixo-assinado para derrubar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Eu havia alertado que essa petição onlinenão teria validade alguma e argumentei que estava em curso uma tentativa de golpe do Partido da Imprensa Golpista (PiG) contra uma instituição democrática. A minha opinião (clique aqui para relembrar), por não fazer coro ao senso comum, causou urticária nos conservadores de plantão.
É bom lembrar que a campanha pela defenestração de Calheiros começou pela velha mídia bem antes da sua eleição, no 1º de fevereiro, à presidência do Senado. Chifrado até pelos tucanos, o consórcio Veja, Estadão, Folha, Globo, etc., perdeu a disputa na Câmara Alta pelo placar de 56 votos a 18. Agora tenta reeditar o golpismo contra o Senado valendo-se do “efeito manada” a partir de alguns desavisados festivos.
Pois bem, neste domingo ensolarado, temperatura de 30º, cerca de cem pessoas (sic) saíram em protesto na orla de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, contra Renan Calheiros. Assim como defendo a livre manifestação de Yoani Sanchéz (clique aqui para ler a minha opinião), a blogueira que mais tem liberdade no mundo, eu também creio que a moçada engabelada pela direitona raivosa também tem esse direito democrático. Mesmo que o Sol escaldante castigue os gatos-pingados, pois se trata de livre-arbítrio. O fiasco anti-Renan se repetiu ontem (23) em Curitiba.
Este é segundo teste da mídia que fracassa em se tratando de mobilização popular. O primeiro, eu gostaria de recordar, ocorreu em agosto de 1992 quando a Folha de S. Paulo, no afã de provar que as manifestações dos carapintadas eram espontâneas, convocou uma passeata no tradicional ponto de encontro das passeatas [no Vão Livre do MASP, em São Paulo]. Para decepção do jornalão, meia dúzia de desavisados compareceram. Uma semana depois a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a UBES convocaram uma passeata que reuniu mais de cem mil estudantes. Hoje, novamente, apenas 100 compareceram ao midiático protesto no Rio.
Afinal, por que a indignação de 1,6 milhão de internautas vira apenas 100 manifestantes?
Ora bolas, carambolas! Eu já dei meu palpite há dias sobre isso. Vou repeti-lo: sem partidos políticos, sem entidades de massa, sem o povo na rua, não há conspiração que vença a democracia. É preciso formar uma maioria política na sociedade para legitimar qualquer movimento de impeachment. Sem isso, a meu ver, tudo não passa de tentativa de puxar o tapete, golpismo mesmo, que a sociedade rejeita de pronto.
Definitivamente, a velha mídia não tem força para derrubar sequer um pardal. Embora tente driblar a história para capitalizar a queda do ex-presidente Fernando Collor, em 1992, é bom ressaltar que ela só aderiu ao movimento do impeachment quando não tinha mais como segurar o povo na rua e o presidente no Palácio do Planalto. O movimento havia iniciado em setembro de 1990, em Vitória, durante congresso da União Brasileira dos Estudantes (UBES). Eu estava lá, participei de perto, portanto, posso relatar. Vinte anos depois da queda de Collor, eis que a velha mídia tenta se reinventar surfando na justa indignação de internautas. A classe média, embalada pela mídia udenista, despejou cerca de 1,6 milhão de assinaturas em abaixo-assinado para derrubar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Eu havia alertado que essa petição onlinenão teria validade alguma e argumentei que estava em curso uma tentativa de golpe do Partido da Imprensa Golpista (PiG) contra uma instituição democrática. A minha opinião (clique aqui para relembrar), por não fazer coro ao senso comum, causou urticária nos conservadores de plantão.
É bom lembrar que a campanha pela defenestração de Calheiros começou pela velha mídia bem antes da sua eleição, no 1º de fevereiro, à presidência do Senado. Chifrado até pelos tucanos, o consórcio Veja, Estadão, Folha, Globo, etc., perdeu a disputa na Câmara Alta pelo placar de 56 votos a 18. Agora tenta reeditar o golpismo contra o Senado valendo-se do “efeito manada” a partir de alguns desavisados festivos.
Pois bem, neste domingo ensolarado, temperatura de 30º, cerca de cem pessoas (sic) saíram em protesto na orla de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, contra Renan Calheiros. Assim como defendo a livre manifestação de Yoani Sanchéz (clique aqui para ler a minha opinião), a blogueira que mais tem liberdade no mundo, eu também creio que a moçada engabelada pela direitona raivosa também tem esse direito democrático. Mesmo que o Sol escaldante castigue os gatos-pingados, pois se trata de livre-arbítrio. O fiasco anti-Renan se repetiu ontem (23) em Curitiba.
Este é segundo teste da mídia que fracassa em se tratando de mobilização popular. O primeiro, eu gostaria de recordar, ocorreu em agosto de 1992 quando a Folha de S. Paulo, no afã de provar que as manifestações dos carapintadas eram espontâneas, convocou uma passeata no tradicional ponto de encontro das passeatas [no Vão Livre do MASP, em São Paulo]. Para decepção do jornalão, meia dúzia de desavisados compareceram. Uma semana depois a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a UBES convocaram uma passeata que reuniu mais de cem mil estudantes. Hoje, novamente, apenas 100 compareceram ao midiático protesto no Rio.
Afinal, por que a indignação de 1,6 milhão de internautas vira apenas 100 manifestantes?
Ora bolas, carambolas! Eu já dei meu palpite há dias sobre isso. Vou repeti-lo: sem partidos políticos, sem entidades de massa, sem o povo na rua, não há conspiração que vença a democracia. É preciso formar uma maioria política na sociedade para legitimar qualquer movimento de impeachment. Sem isso, a meu ver, tudo não passa de tentativa de puxar o tapete, golpismo mesmo, que a sociedade rejeita de pronto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário