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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Serra: campanha com o povo a distância

O quartel-general da campanha de José Serra (PSDB/SP), do marqueteiro ao staff político, descartou o contato de Serra com a "massa", nem mesmo a chamada "massa cheirosa", como forma de campanha.

O motivo é para adequar ao perfil do candidato, que não se sente muito à vontade quando submetido ao contato com o povo.

A estratégia é Serra falar sozinho, sem o risco de contestação, dando entrevistas nos veículos de imprensa que o apoia. O papel do povo seria apenas de ouvi-lo de forma submissa.

O novo formato contempla menos comícios e mais inserções na mídia regional, onde há muitos DEMos e tucanos donos de rádios e TV's.

A ideia de evitar comícios é para escapar de vaias, protestos, além de evitar aparecer em palanques ao lado de políticos aliados, desgastados com escândalos de corrupção, como quando ele convidou José Roberto Arruda (ex-DEMos/DF) para ser seu vice. Outras companhias também são consideradas "pesadas", que tiram votos: como Yeda Crusius (PSDB/RS), José Roberto Arruda (ex-DEMos/DF), Leonel Pavan (PSDB/SC), Cesar Maia (DEMos/RJ), Arthur Virgílio Neto (PSDB/AM), etc.

Assim, a campanha de Serra, como era previsível, vai depositar suas fichas na imprensa corporativa demo-tucana que, de fato, comporta-se como uma partido coligado, a ponto de ser reconhecido como PIG (Partido da Imprensa Golpista). O roteiro será concentrar em entrevistas no rádio e TV, e palestras em locais fechados, onde só entram convidados, como sindicatos patronais e associações ligadas aos demo-tucanos e à elite, onde ele é bem recebido.

Na avaliação de Sérgio Guerra (PSDB/PE), esse tipo de campanha é mais compatível com o perfil de Serra: "Vamos dar desdobramento regional aos temas" - já revelando um temor de polarizar, não só com Lula, mas também com Dilma.

"Comício vira um pouco de torcida. Esse outro formato se adapta a Serra, inclusive pelo estilo dele", afirmou o presidente do PPS, Roberto Freire, que participou ontem com Guerra e o presidente do DEMos, Rodrigo Maia, de reunião com marqueteiro Luiz Gonzalez para alinhar o discurso da campanha.

Hoje Serra desembarca em Salvador de tarde (já que o demo-tucano tem hábitos noturnos e não se sente bem acordando cedo para assumir compromissos pela manhã).

Lá haverá investida na mídia local, onde a família ACM tem hegemonia nos meios de comunicação. (Leia mais no Estadão, só que o jornal demo-tucano doura a pílula para Serra).

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