A deputada Ana Paula Lima, líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, destacou em seu pronunciamento na tribuna, nesta quarta-feira (22), que é papel da sociedade e dos governantes estarem engajados e comprometidos no combate à violência de crianças e adolescentes. “Quanto a isso, temos pressa. Não pode haver lugar para a indiferença, nem para tolerância ou encobertamento. Como mãe, mulher, esposa, cidadã, enfermeira, manifesto meu mais profundo repúdio aos atos de exploração de crianças e adolescentes em nosso Estado e no país”, disse.
Ana Paula lembrou que na data de 18 de maio celebra-se o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes a fim de promover o debate e a reflexão sobre o tema. Em Santa Catarina, conforme dados do Programa Sentinela, são registradas em torno de 500 ocorrências por mês, porém este número não reflete a realidade. “As autoridades policiais acreditam que em torno de 70% a 80% dos crimes não são denunciados. Ainda vivemos a cultura do silêncio, do medo e as vítimas sofrem caladas, muitas vezes dentro das próprias casas onde deveriam encontrar tranquilidade e segurança. Muitas ainda são aliciadas para o perverso mercado da prostituição”, alertou.
Ana Paula acrescentou que pessoas que convivem com crianças e adolescentes devem ficar atentas às mudanças de comportamento, o que pode ajudar na identificação e encaminhamento à assitência e amparo adequados. Infelizmente, conforme citou a deputada, pesquisas apontam que a maioria dos abusos são praticados por familiares ou pessoas próximas da família. “Às vezes, pela pouca idade, a vítima nem tem condições de discernir sobre o que está acontecendo e aquelas que compreendem se sentem envergonhadas, intimidadas para falar, pois sofrem ameaças do agressor”, lamentou.
Na avaliação da parlamentar, para coibir este tipo de crime são necessárias mudanças de posturas individuais e coletivas e defende que é obrigação dos Governos Estadual e Federal agir para identificar os agressores “que não podem ficar impunes, ou continuarão praticando violência”. Ela também destacou a necessidade de fortalecer a rede de amparo. Atualmente, quando uma situação de abuso é constatada, as vítimas são retiradas de suas casas e levadas para abrigos, que estão lotados, enquanto o agressor, em boa parte dos casos, permanece em liberdade. “Por isso cobramos a implementação de políticas públicas eficazes no combate a mais esse tipo de violência”, diz.
A deputada parabenizou a iniciativa do Ministério Público Estadual que lançou na semana passada a campanha “Se você viu, denuncie”, com a distribuição de material informativo que vai auxiliar na prevenção e identificação das situações de abuso infanto-juvenil. Outro objetivo da campanha é estimular que sejam feitas denúncias através do Disque 100.
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Foto: Linete Martins/Assessoria de Imprensa
Texto: Assessoria da Bancada