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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Honestidade: questão de escolha

Honestidade! Você se considera uma pessoa honesta? Não responda já. Espere um pouco. O que você faria para ganhar na sorte grande se a sorte batesse a sua porta? Faria de tudo? Você não enganaria outras pessoas para alcançar o objetivo de enriquecer? Afinal, tantas pessoas se dão bem “levando vantagens” sobre os outros. Não! Não responda ainda.

Conta-se que por volta do ano 250 A.C., portanto, há muito tempo, na China antiga um príncipe, estava as vésperas de ser coroado imperador, mas, de acordo com a lei do seu reino ele deveria se casar antes de ser coroado. Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte ou quem quer que se ache digna da sua proposta de casamento. Pense você: quantas eram as moças, as famílias interessadas em unir-se com o príncipe, pois a sua esposa e, conseqüentemente, a família dela, não teria mais problemas, financeiros pelo menos.

Então, o príncipe anunciou que receberia numa celebração especial todas as pretendentes e lançaria um desafio. Uma velha senhora, serva do palácio ha muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos da celebração, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe. Ela era apaixonada por ele, desde a infância, quando brincavam juntos.

A senhora chega em casa e relata o fato a filha. Espantou-se ao saber que ela pretendia ir à celebração. A mãe, não acreditando na intensão da filha tente demovê-la da idéia, dizendo:

- Minha filha, estarão presentes todas as moças, belas e ricas da corte e do reino. Tire esta idéia insensata da cabeça. Você não tem chance. Eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura.

Mas a filha disposta a ir a celebração, responde convicta:

- Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca, eu sei que dificilmente serei a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me torna feliz.

No dia marcado, lá estava a jovem no palácio. Lá estavam também todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções. Então, o príncipe anunciou o desafio:

- Darei a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.

A proposta do príncipe não fugiu as tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos, etc...

O tempo passou e a jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma proporção de seu amor pelo principe, ela não precisava se preocupar com o resultado. Seria a escolhida. Passaram-se três meses e nada surgiu no vaso onde ela havia plantado a semente. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada, nada havia nascido. Dia após dia ela percebia cada vez mais longe o seu sonho. Os seis meses haviam passado e nada havia brotado.

O que fazer? O que você faria? Pegaria uma bela flor para ludibriar o príncipe? Não! Mas, não valeria a pena você ter sua filha casada e bem casada?

A jovem da nossa história, consciente do seu esforço e dedicação disse a sua mãe que, independente das circunstâncias retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.

No dia e na hora marcada ela estava lá, com seu vaso vazio. Estavam também todas as outras pretendentes cada uma com uma flor mais bela do que a outra, flores das mais variadas formas e cores. A jovem estava admirada, nunca havia presenciado tão bela cena.

Finalmente chega o momento esperado por todas. O príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a sua escolhida.

Mas quem seria? Como escolher entre flores tão belas?

Mas, ele escolheu aquela que ele achou ser a mais bela. Diante da escolha do príncipe as pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela jovem que nada havia cultivado.

Então, calmamente o príncipe esclareceu:

- Esta jovem, minha futura esposa, futura imperatriz da China, foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz. Mas que flor? O vaso está vazio? Ela não cultivou nada? Reclamaram as outras pretendentes.

O príncipe continuou:

- Ela cultivou a flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei a vocês eram estéreis.

Então a honestidade é um valor que você cultiva? Seus filhos, seus amigos podem espelhar-se em sua honestidade? Pense com carinho: se para vencer, estiver em jogo a sua honestidade, fica a lição perca. Você será sempre um vencedor sendo honesto.

Agora, responda para você mesmo: você é uma pessoa honesta?

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