Os dois próximos parágrafos foram publicados neste
domingo pelo Diário Catarinense e reflete uma realidade que faz pensar.
Primeiro, leia o que segue, para nossa análise na sequência.
“Em Santa Catarina, pouco
mais da metade dos trabalhadores em atividades industriais completaram o Ensino
Médio. O índice de 53% dos funcionários com escolaridade básica completa é
menor que o brasileiro (55%). Os dados são do primeiro dossiê da formação
educacional do trabalhador do Estado, lançado pela Fiesc. O estudo pretende ser
o ponto de partida para a criação de ações dentro das empresas que tenham o
poder de elevar o nível educacional dos colaboradores.
Emprego e educação estão
em lados opostos em Santa Catarina. O percentual de trabalhadores da indústria
com escolaridade básica completa é menor no Estado do que no Brasil. E uma das
explicações para o índice pode estar justamente em uma conquista de SC: a
oferta de empregos. A demanda por profissionais na indústria é tão alta que os recrutadores
tiveram que descer a régua das qualificações exigidas”.
Lemos nas redes sociais, ouvimos de alguns incautos,
assistimos apresentadores de TV arrotar que vivemos num sul maravilhoso, cheio
de riquezas, que aqui é que se trabalha etc e tal. De fato nosso sul e nossa
Santa Catarina são exuberantes, mas não somos melhores do que ninguém neste
imenso Brasil.
Uma das dívidas de Santa Catarina com sua gente mais
empobrecida está presente no texto acima copiado. Nossos trabalhadores, em
média, estudaram menos do que os trabalhadores em nível de Brasil. Isso mostra
o descaso com que a elite tratou os menos abastados. A mesma elite que sempre
governou o estado deixou de lado os catarinenses trabalhadores. Atualmente, com
a era do “pleno emprego” a realidade aflora o descaso histórico da falta de
investimento governamental da educação dos filhos das terras barriga-verde.
Nos últimos anos, a qualificação da mão-de-obra ainda é
uma ação do governo central e não dos governos estaduais.
Para se ter uma idéia o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego (Pronatec) que foi criado pelo Governo da Presidenta Dilma, em 2011,
com o objetivo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e
tecnológica.
Em 2013 foram oferecidas 69 mil vagas,
39.800 pessoas matriculadas em 284 municípios catarinenses. Até o final de 2014
a perspectiva é de se oferecer 97 mil vagas e atingir os 295 municípios
catarinenses.
Além disso, vem também do governo
federal o incentivo ao estudo superior para filhos de trabalhadores que não tem
condições de custear uma faculdade. O O PROUNI (Programa Universidade para
todos), garante bolsas de estudo no ensino superior em universidades particulares.
Essa é uma conquista ao alcance dos catarinenses mais humildes. Santa Catarina
está com 21.945 bolsas em utilização. Centenas de jovens catarinenses já estão
formados graças ao POUNI.
Apenas o investimento pesado e o tempo
vão apagar a mancha da falta de qualificação dos catarinenses, especialmente daqueles
que trabalham na indústria.
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