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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Os do Contra perderam, mas os Corvos continuam de plantão



Os do Contra
Durante meses a presidência da república trabalhou para reduzir as tarifas de energia elétrica. Quando tudo se encaminhava para uma solução, três estados – Paraná (José Richa), São Paulo (de Alckmin e Serra) e Minas Gerais (de Anastasia e Aécio Neves) – roeram a corda e foram (ainda são) contra a diminuição da tarifa de energia elétrica. Foram necessárias novas tratativas e mesmo com os três estados governados pelos tucanos do PSDB contrários, o Brasil vai reduzir o seu custo, favorecer trabalhadores e empresários.
De setembro até agora, os “do contra” tiveram um grande apoio dos grandes meios de comunicação (Globo, Folha, Veja, Estadão e outros). Criaram um apagão e propagaram que não teríamos energia elétrica, aproveitando-se da sazonalidade das chuvas que chegaram um pouco mais tarde do que o previsto. Situações semelhantes ocorreram em outros anos.
Os Corvos
Os corvos, na manhã desta quinta-feira, vestiram a carapuça. Quem gralhou mais alto foi Reinaldo Azevedo (Veja.com), que falou em "populismo elétrico" e "campanha eleitoral" na tomada. "Quem falava era a candidata à reeleição em 2014. Até aí, vá lá. É a sina dos políticos nas democracias; disputar eleições é parte do jogo. O que incomodou foi outra coisa: por que o tom de desafio e, às vezes, de certo rancor? Porque, no petismo — seja o lulista ou o dilmista —, mais importante do que vencer, é a sensação de que o adversário perdeu", escreveu Reinaldo, que – efetivamente – perdeu. Se dependesse de Reinaldo e da Veja, não haveria o pacote para a redução das tarifas.
Outro corvo que se posicionou, em artigo no Globo, foi o jornalista Carlos Alberto Sardenberg. "Pode ser que o governo não tenha uma política, mas apenas alvos. E cada vez que atira em um, acerta no que não devia. Um exemplo da hora: a redução das tarifas de energia vai estimular famílias e empresas a consumir mais, lógico. Isso em um momento em que os reservatórios das hidrelétricas, a energia mais barata, estão em ponto crítico, exigindo o apoio das usinas termoelétricas, mais caras. O processo ainda retira recursos das companhias hidrelétricas, diminuindo sua capacidade de investimento em novas fontes. O pior de tudo é que o Brasil já viu isso nos anos 70 e 80".
Não, na verdade o Brasil nunca viu esse filme: tarifas públicas sendo reduzidas, nessa intensidade, numa negociação aberta, mas liderada pelo governo. Talvez por isso mesmo, mas não sem uma ponta de ironia, o Globo tenha noticiado o caso com um "nunca antes na história deste País". E avisado, como bom corvo, que a queda de luz será compensada pela alta, ainda não confirmada, da gasolina

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