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sábado, 26 de outubro de 2013

AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE O FERRY BOAT

Acompanhei a Audiência Pública sobre o Ferry Boat. A referida foi chamada pela comissão de Obras e Serviços da Câmara de Vereadores de Itajaí. Até na chamada houve equívoco, pois não se trata de ferry boat apenas. Se trata de uma travessia que tem importância econômica, social e turística.

O que aconteceu
Como todo evento político foi formado uma mesa quilométrica. Além dos vereadores que compõe a comissão, participaram outros vereadores, o deputado Volnei Morastoni (PT), o representante do DETER e o secretário de desenvolvimento regional Claudir Maciel. Além de a mesa ser quilométrica, todos (da mesa) falaram. O único que já foi matando o tema de saída foi o deputado. Os demais, como não tinham muito o que dizer, se limitaram a elogiar os proponentes e a reclamar da empresa que opera a travessia. Como sempre, aos componentes da mesa não havia limite de tempo, já para os poucos participantes que formavam o plenário foi diferente: dois minutos.

Atuações dos atores
Tonho da Grade presidiu a sessão. Sem o mínimo conhecimento de como uma audiência pública deve ser desenvolvida, pois não houve uma introdução (aquilo que se chama problematização), para que o debate possa  trazer encaminhamentos concretos. Ele, simplesmente abriu os trabalhos e, como alguém que abre um saco de penas num vendaval, deixou rolar o converse. Ao final não fez o básico: aprovação de encaminhamentos concretos. Tudo ficou para uma ata a ser escrita depois.
Volnei Morastoni, conhecedor da problemática é que deu direcionamento ao evento. Conhece a matéria e sabe por onde se deve caminhar.
Rogério Pinto da Luz, responsável pelo programa passe livre fez o que o governo espera dele: defesa da atual situação do programa.
O Nildo, que veio representar o DETER não tinha dados, informações, ou seja, passou em branco sua vinda. Mais uma vez o órgão mostrou sua ineficácia na defesa dos catarinenses.
Os demais da mesa que falaram, lamento, mas não vou escrever. Não vale a pena.

A participação da Plateia
Como a audiência começou sem pé e nem cabeça, a participação da platéia foi um verdadeiro rosario de queixas e ataques contra a empresa, contra o governo e contra os próprios proponentes da audiência.
Propostas apresentadas foram poucas. Mas, vou destacar algumas: lutar pelo passe único para os moradores das cidades envolvidas. Se bem entendi, quem atravessa de carro e paga na ida, ganha a volta. Outra proposição foi do Luizinho de Navegantes que defendeu passagem livre para todos os pedestres e ciclistas, acabando com a incomodação da distribuição do Passe Livre. Outra proposta que precisa ser considerada e que foi defendida pela Etel de Navegantes: Estatização da travessia, ou seja, o governo tomar conta do negócio.
Mais uma vez foi o deputado Volnei Morastoni (PT) que salvou a noite. Propôs uma comissão das duas Câmaras de Vereadores, com representantes das prefeituras e da assembléia legislativa, para ir ao governador do estado para apresentar as reivindicações:
1 – começar um processo para se viabilizar uma alternativa de travessia, seja ponte ou túnel;
2 – resolver os problemas do atendimento do Programa Passe Livre e ampliar para mais usuários, inclusive de cidades vizinhas;

O que dizer e pensar?
Penso que a iniciativa, que foi da vereadora Anna Carolina de Itajaí, foi boa e necessária. Entretanto, os desdobramentos e encaminhamentos para a realização do evento foram falhos. As falhas ocorreram porque não houve preparação daqueles que se propuseram a fazer a audiência. Realizaram reuniões prévias com pessoas que conhecem a matéria e o histórico?
Afinal, qual era o grande objetivo da Audiência Pública?

Os ausentes
Reclamou-se muito a ausência da empresa. Contudo, apenas um cidadão lembrou e reclamou da ausência dos dois prefeitos (Itajaí e Navegantes) que nem se dignaram a enviar um súdito representante. Afinal esses senhores têm interesses em defender sua gente? Outra ausência imperdoável é do Ministério Público.
Contudo, uma questão vai render e que nem foi abordada de forma direta na referida Audiência. Afinal, como o Estado de Santa Catarina permite uma empresa fazer transporte público sem contrato, sem autorização e sem licitação?


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