Vamos assistir e participar de mais um carnaval. Os saudosos contemplam o presente com os olhos nos “bons tempos” do passado. Mas, os saudosos têm muita razão, pois o carnaval como expressão da cultura e da manifestação popular tinha uma conotação muito diferente dos nossos dias.
Este artigo não pretende desmerecer o carnaval da atualidade. Pelo contrário, pretende provocar uma reflexão sobre o sentido da festa como expressão cultural de uma população e começar a discutir propostas CONCRETAS para uma real revitalização do mesmo.
Já em 2004 tive a oportunidade de apresentar a sociedade uma proposta sobre o Carnaval. Apresentamos e debatemos com a sociedade a idéia de tornar o Carnaval uma atividade “permanente”, geradora de cultura e de renda. A idéia, a época, era levar o carnaval às escolas públicas do município, conhecer a história e seus personagens, aprender os principais sambas-enredos e desenvolver a criatividade na elaboração e confecção das fantasias. Eram uma proposta ousada, pois pretendia que cada Escola ou Bloco se tornasse uma pequena organização empresarial, gerando empregos e vivendo o espírito carnavalesco durante os 12 meses do ano. Ah, é preciso esclarecer que o financiamento deste projeto viria da iniciativa privada, através da lei de incentivo a cultura. A lei já havia sido aprovada em 2003, através de uma proposição que eu apresentei na oportunidade. Assim, o Carnaval seria trabalhado por quem realmente entende, geraria renda e seria uma peça fundamental no desenvolvimento de um turismo cultural para o qual Navegantes é talhada.
É uma proposta que podemos retomar. Até hoje o Carnaval sempre foi a expressão do Governo de plantão. Sempre tem servido para manifestações políticas. Podemos e devemos transformá-lo em manifestação da CULTURA POPULAR DE NOSSA GENTE.