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domingo, 4 de maio de 2014

Análise: a Santa Catarina pujante, mas excludente



Os dois próximos parágrafos foram publicados neste domingo pelo Diário Catarinense e reflete uma realidade que faz pensar. Primeiro, leia o que segue, para nossa análise na sequência.
“Em Santa Catarina, pouco mais da metade dos trabalhadores em atividades industriais completaram o Ensino Médio. O índice de 53% dos funcionários com escolaridade básica completa é menor que o brasileiro (55%). Os dados são do primeiro dossiê da formação educacional do trabalhador do Estado, lançado pela Fiesc. O estudo pretende ser o ponto de partida para a criação de ações dentro das empresas que tenham o poder de elevar o nível educacional dos colaboradores.
Emprego e educação estão em lados opostos em Santa Catarina. O percentual de trabalhadores da indústria com escolaridade básica completa é menor no Estado do que no Brasil. E uma das explicações para o índice pode estar justamente em uma conquista de SC: a oferta de empregos. A demanda por profissionais na indústria é tão alta que os recrutadores tiveram que descer a régua das qualificações exigidas”.
Lemos nas redes sociais, ouvimos de alguns incautos, assistimos apresentadores de TV arrotar que vivemos num sul maravilhoso, cheio de riquezas, que aqui é que se trabalha etc e tal. De fato nosso sul e nossa Santa Catarina são exuberantes, mas não somos melhores do que ninguém neste imenso Brasil.
Uma das dívidas de Santa Catarina com sua gente mais empobrecida está presente no texto acima copiado. Nossos trabalhadores, em média, estudaram menos do que os trabalhadores em nível de Brasil. Isso mostra o descaso com que a elite tratou os menos abastados. A mesma elite que sempre governou o estado deixou de lado os catarinenses trabalhadores. Atualmente, com a era do “pleno emprego” a realidade aflora o descaso histórico da falta de investimento governamental da educação dos filhos das terras barriga-verde.
Nos últimos anos, a qualificação da mão-de-obra ainda é uma ação do governo central e não dos governos estaduais.
Para se ter uma idéia o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) que foi criado pelo Governo da Presidenta Dilma, em 2011, com o objetivo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica.
Em 2013 foram oferecidas 69 mil vagas, 39.800 pessoas matriculadas em 284 municípios catarinenses. Até o final de 2014 a perspectiva é de se oferecer 97 mil vagas e atingir os 295 municípios catarinenses.
Além disso, vem também do governo federal o incentivo ao estudo superior para filhos de trabalhadores que não tem condições de custear uma faculdade. O O PROUNI (Programa Universidade para todos), garante bolsas de estudo no ensino superior em universidades particulares. Essa é uma conquista ao alcance dos catarinenses mais humildes. Santa Catarina está com 21.945 bolsas em utilização. Centenas de jovens catarinenses já estão formados graças ao POUNI.
Apenas o investimento pesado e o tempo vão apagar a mancha da falta de qualificação dos catarinenses, especialmente daqueles que trabalham na indústria.

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